AS DUAS AMAZÔNIAS
Uma real, a outra fantasia
Motosserras, fogo, tratores, soja, patas de bois, asfalto, desconhecimento, falta de investimentos. Os problemas da Amazônia são muitos. Mas, paradoxalmente, poucas regiões do planeta têm tanta simpatia e tantos defensores. Ao redor do mundo, dezenas de reuniões, seminários, congressos e eventos são realizados sobre a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. E aí está outro problema. A maior parte dessas discussões é feita além das fronteiras da região, por pessoas que não vivem lá. Para piorar, o próprio Estado brasileiro não tem uma política clara para aquele vasto território.
Quem é da região considera que toda essa discussão já deu o que tinha de dar e não leva a nada. “Estou cansado da Amazônia”, diz o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Odenildo Sena. “Para ser mais preciso,
confesso-me cansado da interminável dízima periódica que reverbera esse nome em meus ouvidos. Para ser mais objetivo ainda, tornei-me intolerante com o uso em vão do nome Amazônia, sempre associado à condição de região estratégica para o Brasil e o mundo.”
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