Matéria minha,
publicada na revista Problemas Brasileiros, edição 415, Jan/Fev de 2012.
Pero Vaz de Caminha estava certo
Por:
EVANILDO DA SILVEIRA
"Contudo
a terra em si é de muito “bons ares frescos e temperados como os de
Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de
lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a
aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!” Por certo, quando
escreveu esse trecho de sua famosa carta, dando conta ao rei de Portugal da
descoberta do Brasil, Pero Vaz de Caminha não conhecia nada do imenso
território ao qual havia aportado, em 1500, junto com os outros tripulantes da
esquadra de Pedro Álvares Cabral. Quanto à quantidade de água ele acertou, é
verdade – o país abriga 12% de toda a água doce do mundo –, mas em relação à
fertilidade da nova terra estava redondamente enganado. Para que nela tudo
desse e ela tivesse a produtividade excepcional de agora, que coloca o país
como um dos gigantes mundiais do agronegócio, muito esforço, pesquisa e
tecnologia tiveram de ser aplicados ao longo dos últimos 512 anos.
Hoje, além de produzir a maioria dos alimentos que consome – é
praticamente autossuficiente em todos os itens da cesta básica, com
exceção do trigo –, o Brasil ainda se coloca como o maior exportador de
soja em grãos e seus derivados (farelo e óleo), carnes, açúcar e
produtos florestais. No ranking mundial, ocupa a liderança na produção
de açúcar, café em grãos e suco de laranja, e a segunda posição em soja
em grãos, carne bovina, tabaco e etanol. E, ao longo do tempo, a safra
de grãos vem crescendo continuamente: segundo o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a colheita de 2011 foi de
162,8 milhões de toneladas, volume que deverá ficar em torno de 180
milhões de toneladas em 2012, segundo estimativas divulgadas pelo
governo em outubro. Leia mais...
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