Matéria minha
publicada no jornal O Estado de S. Paulo, na edição de 2 de novembro de 2003.
Tecnologia chega
aos confins da Amazônia
Versão civil do Sivam, o Sipam instala
equipamentos sofisticados em locais isolados
EVANILDO DA
SILVEIRA
MANAUS – A
tecnologia está invadindo a selva. Computadores, telefones, fax e e-mail por
satélite, plataformas de coleta de dados meteorológicos e ambientais, radares
meteorológicos e de vigilância, sofisticadas antenas parabólicas e outros
equipamentos de primeira geração estão sendo instalados em locais afastados e
comunidades isoladas de toda a Amazônia Legal brasileira, que abrange nove
Estados e uma área de 5,2 milhões de quilômetros quadrados. Trata-se do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam),
a versão civil do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).
Esses
equipamentos permitirão a coleta de um conjunto variado de informações sobre a
Amazônia como nunca se teve antes. São dados que vão desde a biodiversidade, o
clima e a situação dos rios da região até o mapeamento preciso de áreas
desmatadas e queimadas. Também poderão ser obtidas informações sobre ocupação e
uso do solo, garimpos ilegais e focos de epidemias. Todo esse conhecimento será
armazenado num banco de dados do Sipam e repartido com órgãos do governo com
interesses na Amazônia.
As
possibilidades abertas para as pesquisas pelo sistema estão deixando a
comunidade científica da Amazônia eufórica. “A capacidade de obtenção e
integração de informações é espantosa”, diz o ecólogo e especialista em peixes
Ronaldo Barthem, que coordena um convênio do Museu Paraense Emílio Goeldi
(MPEG) com o Sipam na área de zoologia. “Os radares dos aviões do Sivam podem,
por exemplo, estimar a biomassa vegetal com grande precisão. É uma informação
de extrema relevância para estudos de carbono, fitofisionomia e manejo
florestal.”
Embora estejam
interligados, o Sivam e o Sipam não são a mesma coisa. O primeiro é a
parte tecnológica, à qual pertencem os equipamentos que fazem parte do
complexo operacional, e está subordinado ao Comando da Aeronáutica.
Também está envolvido na defesa aérea da região. É o chamado lado azul
dos dois. O segundo, o verde, trabalha com as informações ambientais
coletadas pelo complexo e é coordenado pelo Centro Gestor e Operacional
do Sipam (Censipam), subordinado à Casa Civil da Presidência da
República. Leia mais...
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