quinta-feira, 20 de novembro de 2014



Matéria minha publicada no jornal O Estado de S. Paulo, na edição de 2 de novembro de 2003.

Tecnologia chega aos confins da Amazônia
Versão civil do Sivam, o Sipam instala 
equipamentos sofisticados em locais isolados 
EVANILDO DA SILVEIRA
MANAUS – A tecnologia está invadindo a selva. Computadores, telefones, fax e e-mail por satélite, plataformas de coleta de dados meteorológicos e ambientais, radares meteorológicos e de vigilância, sofisticadas antenas parabólicas e outros equipamentos de primeira geração estão sendo instalados em locais afastados e comunidades isoladas de toda a Amazônia Legal brasileira, que abrange nove Estados e uma área de 5,2 milhões de quilômetros quadrados. Trata-se do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a versão civil do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).
Esses equipamentos permitirão a coleta de um conjunto variado de informações sobre a Amazônia como nunca se teve antes. São dados que vão desde a biodiversidade, o clima e a situação dos rios da região até o mapeamento preciso de áreas desmatadas e queimadas. Também poderão ser obtidas informações sobre ocupação e uso do solo, garimpos ilegais e focos de epidemias. Todo esse conhecimento será armazenado num banco de dados do Sipam e repartido com órgãos do governo com interesses na Amazônia.
As possibilidades abertas para as pesquisas pelo sistema estão deixando a comunidade científica da Amazônia eufórica. “A capacidade de obtenção e integração de informações é espantosa”, diz o ecólogo e especialista em peixes Ronaldo Barthem, que coordena um convênio do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) com o Sipam na área de zoologia. “Os radares dos aviões do Sivam podem, por exemplo, estimar a biomassa vegetal com grande precisão. É uma informação de extrema relevância para estudos de carbono, fitofisionomia e manejo florestal.”
Embora estejam interligados, o Sivam e o Sipam não são a mesma coisa. O primeiro é a parte tecnológica, à qual pertencem os equipamentos que fazem parte do complexo operacional, e está subordinado ao Comando da Aeronáutica. Também está envolvido na defesa aérea da região. É o chamado lado azul dos dois. O segundo, o verde, trabalha com as informações ambientais coletadas pelo complexo e é coordenado pelo Centro Gestor e Operacional do Sipam (Censipam), subordinado à Casa Civil da Presidência da República. Leia mais...

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